terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Belo-horizontina Nota Dez

Essa Belo-Horizontina nota 10 é um dos orgulhos do nosso clube! Nossa secretária Solange Bottaro saiu na Veja BH dessa semana, apresentando um pouco do seu trabalho na Instituição Ramacrisna, apoiada também pelo Rotary Club de Belo Horizonte - Liberdade. Leiam, curtam e compartilhem!

Fonte: http://vejabh.abril.com.br/edicoes/belo-horizontina-nota-dez-770708.shtml


"Escolhi não ter filhos biológicos, mas tenho milhares de filhos de criação" Solange Bottaro (à esq.), com Beatriz Cristina de Assis e Jefferson Gonçalves, alunos do projeto Antenados

Filha mais velha de uma conservadora família de origem italiana, Solange Bottaro precisou superar a desconfiança de seu rigoroso pai quando, aos 23 anos, decidiu trabalhar como voluntária social no Instituto Ramacrisna. Apesar do nome, semelhante ao do líder hindu Ramakrishna, a entidade não tem vínculo com nenhuma religião. Localizada na área rural de Betim, na região metropolitana, é uma instituição filantrópica que acolhe crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. "O meu pai não entendia por que eu queria ir para o meio do mato tomar conta, de graça, dos filhos dos outros", lembra Solange. Na época, a belo-horizontina morava com os pais no boêmio bairro Santa Tereza e cursava o 2º ano de cinema na PUC Minas. Com o apoio da avó e da mãe, ela mudou-se para Betim. "Chorei muito quando deparei com as histórias de abandono das oitenta crianças que lá viviam", revela. Em 1973, o lugar funcionava apenas como um internato que recebia meninos rejeitados pela família. Determinada a melhorar a vida daqueles pequenos, ela passou seis meses ali. No período, não pôs os pés em Belo Horizonte nem uma vez sequer. "Foi uma internação voluntária", brinca.

Hoje vice-presidente da instituição, Solange é considerada uma das principais responsáveis pela transformação que se verificou por lá. O ambiente carregado de ódio e revolta deu lugar a uma atmosfera de harmonia, em que crianças e adolescentes compartilham o aprendizado. Entre os vários projetos que a gestora social criou, o maior xodó é o Antenados, que está prestes a completar sete anos. Por meio de oficinas de texto, foto e vídeo, o programa formou dezenas de jovens comunicadores. "É muito gratificante quando adolescentes que poderiam estar envolvidos com drogas saem do Antenados para a faculdade", diz, emocionada. Em quatro décadas de trabalho, Solange viu passar pelo Ramacrisna mais de 20 000 crianças. "Escolhi não ter filhos biológicos e fui marginalizada por isso", afirma. "Mas tenho milhares de filhos de criação."

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