Pode até parecer lugar comum dizer que vivemos, hoje, em um mundo quase que completamente cego pela cultura do materialismo e pela intolerância fruto de conflitos que, a cada ano, nos afastam cada vez mais dos sagrados mandamentos cristãos, sobretudo daquele que nos requer amar ao próximo como a nós mesmos.
Ainda assim, encorajado pelos ideais que movem Rotary, ouso divergir e a querer continuar acreditando que mudanças ainda são possíveis se, de fato, as quisermos, e que, portanto, jamais podemos deixar de sonhar com um amanhã de paz duradoura, um amanhã, enfim, onde todos possam vir a encontrar o seu lugar ao sol, e, com isso, serem verdadeiramente felizes.
Penso como Plínio Apuleyo, segundo quem “um a um somos mortais. Juntos, somos eternos”, no que se faz acompanhar por H.G. Wells, quando afirmou: “A nossa verdadeira nacionalidade é a humanidade”. Somos, pois, todos, peças de um mesmo quebra-cabeça, partículas de um só universo, engrenagens de uma mesma estrutura. É aquela velha história: ninguém nessa vida é uma ilha. Todos precisamos uns dos outros. Sem isso, nada significamos.
Na percepção disso é que temos como objetivo de Rotary trabalhar incansavelmente, com todas as suas forças, para que essa compreensão seja efetiva, que ela salte do papel para a vida real, mormente a partir do voluntariado, da amizade e do respeito às diferenças, eis que todos temos um contributo próprio a dar na direção de um novo tempo.
Independentemente, da mesma maneira, do que possa despertar ou provocar uma guerra, seja aonde for, cabe ao bom senso dos demais não prescindir da crença de que o ser humano nasce, por definição, bom, e, como tal, predisposto a construir, não a destruir. É fundamental entender que a guerra não é uma saída, mas um entrave.
Já nos lembra a esse respeito o último verso – e talvez o mais tocante deles – da canção “Coração de Estudante”, eternizada na voz do cantor Milton Nascimento, que: “Há que se cuidar da vida/ Há que se cuidar do mundo/ Tomar conta da amizade/ Alegria e muito sonho/ Espalhados no caminho/ Verdes, planta e sentimento/ Folhas, coração, Juventude e fé”.
Que sejam esses, portanto, os nossos faróis e a nossa motivação na busca por um mundo no qual a compreensão, a racionalidade e a aceitação das diferenças, tudo temperado com muito amor e amizade, aproximem os indivíduos, nunca os distanciem. Que o nosso refrão possa ser aquele mesmo dos Beatles: “All we need is love”. E que, impregnados desses bons fluídos, sejamos, de fato, irmãos.
Gustavo Henrique De Brito Alves Freire - Rotary Club de Recife
Fonte: http://www.otempo.com.br/opini%C3%A3o/rotary/fevereiro-m%C3%AAs-da-compreens%C3%A3o-mundial-1.782987
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