segunda-feira, 12 de maio de 2014

Quem promete tem que cumprir



Todos os rotarianos reconhecem que a erradicação da pólio foi uma promessa que fizemos à humanidade em 1988. Temos perseguido essa meta por mais de duas décadas com dedicação e obstinação.

Sabemos também que o cumprimento do prometido é vital para a nossa imagem e reconhecimento junto à comunidade, e que não podemos nos afastar desta tarefa, caracterizada como de máxima prioridade. Não podemos deixar nossa promessa envelhecer, pois prometemos o que podemos entregar.

Cumprir promessas difíceis exige estratégia, atenção total e grande desprendimento para que possamos realizar as mudanças nelas contidas.

Inicialmente nos imbuímos de muita energia, conscientes da imensidão do programa, e fomos avançando. Vários desafios foram sendo superados, o mais recente deles é a erradicação da pólio na Índia, que durante algum tempo parecia intransponível pela dimensão do esforço necessário.

Os números desse esforço nos últimos anos atingem megaproporções. Basta citar que em um Dia Nacional de Imunização são organizados cerca de 709 mil estandes de vacinação, são mobilizadas 1,17 milhão de equipes de imunização, disponibilizadas 225 milhões de doses, utilizados dois milhões de contêineres para transporte das vacinas (nos quais 6,3 milhões de sacos de gelo são utilizados para a conservação das doses dessas vacinas até chegarem ao seu destino final), são visitadas 209 milhões de casas e imunizadas mais de 172 milhões de crianças. Os recursos humanos e financeiros são enormes, mas o resultado é compensador.

Mundialmente, já se conseguiu reduzir os casos em 99,9% em relação aos que ocorriam no início dessa caminhada. Observa-se 0,1% de casos ocorrendo por ano, com somente três países endêmicos.

O plano de erradicação atualmente elaborado, denominado de Polio Plus End Game, estima que em 2018 alcançaremos zero caso e passaremos para uma estratégia de contenção. Embora haja ainda a dificuldade de confirmar antecipadamente esta data, ela é factível, segundo os especialistas da Organização Mundial da Saúde. Para tanto, há riscos, progressos e desafios a serem enfrentados, todos eles relacionados de certa forma com situações de conflito interno nos países endêmicos ou onde surtos ocorrem, e são debelados por meio de esforço concentrado.

Vidas de vacinadores foram sacrificadas, esses heróis anônimos que se desdobram para atingir pontos distantes em zonas de conflitos. Eles serão sempre lembrados e, certamente, abençoados.

O esforço do Rotary para a erradicação da pólio sem dúvida colocou a nossa organização no mapa mundial pela primeira vez em várias gerações. Não podemos parar de acreditar nos nossos compromissos, necessitando periodicamente rever a estratégia da nossa caminhada.

Cumprir promessas proporciona mudanças, e elas serão percebidas, criando uma relação permanente de confiança no Rotary e nos rotarianos. E iremos cumpri-la.

Antonio Hallage, diretor 2009-11 do RI e curador da Fundação Rotária, Rotary Club de Curitiba-Leste, PR (distrito 4730).

Fonte: http://www.otempo.com.br/opini%C3%A3o/rotary/quem-promete-tem-que-cumprir-1.843421

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