Algumas considerações práticas sobre a classificação do associado
A classificação do associado é o princípio que orienta a construção do quadro associativo de um Rotary Club. Diante disso, a lista de classificações do clube deve bem representar as atividades empresariais e/ou de prestação de serviços desenvolvidas na comunidade que o acolhe. Uma análise da lista de classificações permite avaliar algumas questões.
O clube é representativo do corpo profissional que atua em sua comunidade? Essa comunidade conta com alguma ocupação útil que não esteja representada no clube?
Tais observações espelham a dimensão real do clube, ao tempo em que indicam ações a serem adotadas para eliminar lacunas e apoiar o desenvolvimento do quadro associativo, em sincronia com a mobilidade sócioeconômica de sua região.
Realmente, a lista de classificações, quando bem elaborada e atualizada, ajuda o clube a alcançar as suas metas orgânicas e operacionais. Logo, devemos estar atentos para a necessidade de revisões periódicas da lista e, se preciso for, recomendar os ajustes ditados pela realidade de cada momento.
Tais observações passam despercebidas pelo rotariano que, mesmo integrado em seu clube, não costuma prestar atenção aos aspectos rotineiros que suportam a vitalidade da nossa instituição.
De fato, em nosso cotidiano, quando da visita a outro clube, somos solicitados a preencher a ficha de recuperação, onde informamos a nossa classificação. Nesse momento não soará bem um título impróprio, tendo em vista que esta informação poderá, eventualmente, ser utilizada pelo diretor de protocolo para fazer apresentações entre pessoas com interesses profissionais semelhantes.
Nos clubes mais apegados às tradições rotárias, é prática corrente a autoapresentação, exercício facilitador do entrosamento dos novos associados e visitantes; ferramenta de formação do companheirismo que sustenta as ações do clube. Nesses momentos, o presidente solicita a cada companheiro que se levante e se apresente, dizendo o seu nome, o nome de seu clube e sua classificação. Em 15 minutos de conversa se ganha a cumplicidade saudável. Claro que, em clubes com maior número de associados, esta prática pode comprometer a agenda de uma reunião. Entretanto, muitas vezes, o presidente se vê às voltas com a busca de uma alternativa para suprir a falta imprevista de um palestrante. Por que não usar o tempo disponível para a prática da autoapresentação nestas ocasiões? Todos sairão ganhando, até um ou outro companheiro mais tímido que dará o seu primeiro passo na arte de falar em público.
E como podem ser compostos os termos que definem a classificação de um rotariano?
A seção 1, do artigo 8, do Manual de Procedimentos, edição de 2010, afirma que “A classificação será aquela que descreve a atividade principal e reconhecida da firma, companhia ou instituição à qual o associado esteja ligado, ou aquela que descreve a atividade principal e reconhecida da sua empresa ou profissão, ou a natureza da atividade de prestação de serviços à comunidade”.
Do disposto, podemos depreender que a classificação não é o título da profissão do associado, ou o seu cargo na empresa, ou a razão social da sua empresa, cabendo à Comissão de Classificações a busca da descrição que melhor identifique a atividade de um associado.
“Medicina, Pediatria” soa melhor que “Médico Pediatra”, da mesma forma que “Justiça, Promotoria Pública” em relação a “Promotor de Justiça”, ou “Farmácia, Manipulação” em lugar de “Farmacêutico”.
Complementando, um engenheiro que mantém o seu próprio escritório de prestação de serviços, poderá ter a sua classificação descrita como “Engenharia Mecânica, Projetos (ou consultoria, ou assistência técnica, etc.)”. Outro engenheiro trabalhando em uma empresa deve ter a sua classificação identificada com o ramo de atividade desta empresa e a sua atividade formal no âmbito da mesma, por exemplo: “Indústria Petrolífera, Manutenção”.
Finalmente, é recomendável que o companheiro procure, em seu cartão de associado, o título atribuído à sua classificação e faça uma reflexão sobre a identidade do mesmo com a sua principal atividade profissional. Em caso de dúvida, troque ideias com o diretor da Comissão de Classificações de seu clube.
* O autor é Julio Cesar da Silveira, associado ao Rotary Club de Contagem-Cidade Industrial (D.4760)
** Foto: Stock.XCHNG
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